Como são feitos os testes de laboratório em animais?
Animais servem de cobaias para testes de medicamentos, vacinas, cosméticos e até produtos de limpeza que podem ser feitos de diversas maneiras. Porquinhos-da-índia, camundongos, coelhos e macacos são os animais mais utilizados pelos cientistas, mas, em alguns casos, também se recorre a cães, porcos e até baratas. Os bichos que participam das experiências são criados em viveiros chamados biotérios e geralmente são sacrificados após o estudo. Os defensores dos direitos dos animais repudiam esses testes, afirmando que são cruéis e inúteis, mas os cientistas argumentam que, sem eles, os avanços da medicina seriam fortemente prejudicados.
4 A nova
droga é aplicada para comprovar a sua eficácia e toxicidade. Um estudo analisa
como ela é processada pelo organismo - sacrificando o animal - e se tem efeitos
na reprodução
2 A
substância testada quase sempre provoca dor, convulsão, diarreia, sangramentos
e lesões internas nos animais. Ela também pode ser inalada ou administrada por
meio de injeções
DE OLHOS
VERMELHOS
Coelhos
cobaias medem os efeitos químicos da aplicação de cosméticos
1 O produto é pingado nos olhos do animal. Os coelhos são mais
fáceis de manusear e têm olhos grandes, o que permite a visualização das
reações causadas pela substância
2 Como os produtos podem causar dor, irritação e ardor, os coelhos
são imobilizados e usam suportes no pescoço. Isso evita que se mutilem
arrancando os próprios olhos
3 Também é comum o uso de clipes de metal nas pálpebras para
manter os olhos da cobaia sempre abertos, o que ajuda na observação dos efeitos
da droga que está sendo avaliada
4 O estudo costuma ser feito sem anestesia e, como reação à
substância testada, podem ocorrer inflamações, úlceras oculares e hemorragia.
Em casos extremos, o animal pode ficar cego
5 No final, o coelho é sacrificado para análise dos efeitos das
substâncias em seu organismo. Críticos do teste dizem que ele é inútil porque
os olhos dos coelhos têm anatomia bem diferente da dos nossos.
ROEDORES
DOPADOS
Novos
medicamentos são desenvolvidos com base em testes em animais
1 O novo remédio é testado em laboratório. No caso de uma droga
contra o câncer, por exemplo, o pesquisador testa a sua eficácia numa cultura
de células cancerígenas num frasco
2 Quando os resultados são promissores, passa-se à segunda fase: o
estudo em animais. Camundongos, por terem um ciclo de vida curto e fácil
reprodução, são utilizados nos experimentos
3 Antes de tudo, é preciso "infectar" o roedor com a
doença. No caso de uma nova droga contra o câncer, isso significa fazer crescer
um tumor, similar à cultura de células estudada em laboratório
5 Dependendo dos resultados, o desenvolvimento da droga é
descartado. Se o teste for bem sucedido o produto segue para a última etapa,
quando será testado por pacientes
DOSE
LETAL
Substâncias
são injetadas no animal para determinar quão tóxicas são para os humanos
1 Uma sonda gástrica é inserida na garganta do animal para
forçá-lo a ingerir a substância a ser testada. Macacos, por terem o organismo
parecido com o nosso, são as cobaias mais utilizadas no estudo
3 O objetivo é saber qual é a dose máxima que o organismo pode
suportar. Por isso, mesmo que a substância seja segura, é comum buscar uma
concentração que leve as cobaias à morte
4 O estudo é feito em um grupo de animais e dura alguns dias até
que metade morra - daí o nome LD 50 (sigla em inglês para dose letal 50%). Os
que sobrevivem também são sacrificados
- As substâncias testadas, geralmente, estão em produtos de
consumo diário
PRÓS E
CONTRAS DOS TESTES EM ANIMAIS
Pelo bem
da ciência ou pelos direitos dos bichinhos de laboratório
CIENTISTAS
Sem os testes, as prateleiras das farmácias estariam vazias. Não
haveria como criar novos remédios sem experimentá-los antes em bichos de
laboratório. Os cientistas ressaltam também que seguem rígidos protocolos e
códigos de ética que garantem o bem-estar e impedem o sofrimento dos animais.
DEFENSORES
A União Europeia aprovou, neste ano, novas regras que restringem o
uso de animais em testes científicos. A medida é resultado de protestos de
organizações que são contra tais experimentos. Os ativistas afirmam que os
estudos são ineficazes e que drogas perigosas, como a talidomida , foram parar
no mercado mesmo depois de testadas.
FORTE
CALMANTE
A talidomida foi lançada, nos anos 50, como um sedativo. Mas,
quando ingerida por mulheres grávidas, a droga causava má formação e ausência
de membros no feto.
Fontes: mundo estranho abril. pessoas pelo Tratamento Ético aos Animais (Peta), bióloga Paula Jimenez, Associação Brasileira dos Portadores da Síndrome da Talidomida (ABPST)
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